O Brasil apresenta o dado preconizado de que 4 mil crianças não conseguem obter o diagnóstico do câncer infantojuvenil, maior causa de óbitos entre 1 a 19 anos. Se comparada a condição de que o diagnóstico precoce eleva os índices de cura em 80%, estima-se que esses 4 mil pacientes podem chegar ao óbito. O país ainda vive realidades paralelas. A região Norte tem o maior índice de mortalidade, dificuldade dos pacientes chegarem ao atendimento e carência na estrutura assistencial-hospitalar. Enquanto o Centro-Oeste aparece em 2º lugar por não contar com rede de atenção básica qualificada.
Para tentar reverter este quadro, a partir da efetivação de dados mais concretos, a Confederação Nacional de Instituições de Apoio e Assistência à Criança e ao Adolescente com Câncer (CONIACC) concluiu projeto-piloto para mapeamento nacional das instituições de tratamento e apoio às crianças e adolescentes com câncer. Entre 11 instituições visitadas, foram detectadas dificuldades, como o estadiamento do câncer infanto-juvenil: quando muitos pacientes chegam para atendimento estão em estágios avançados. O problema só corrobora o que a CONIACC já conhecia: carência de centros de referência, ineficiência da atenção básica de saúde para o diagnóstico e indisponibilidade de acesso ao tratamento completo.
Mesmo com apoio do Ministério da Saúde e Sociedade Brasileira de Oncologia Pediátrica, a CONIACC precisa de parcerias para dar continuidade ao mapeamento. O objetivo é identificar instituições estabelecidas no país e contribuir com soluções que ampliem as chances de sobrevida dos pacientes. O estudo inclui questionário às instituições de tratamento e de apoio, que reporte ao nível de maturidade e desenvolvimento profissional, porte, gestão, serviços prestados, dificuldades e carências, integração entre elas, área de abrangência, estrutura física, recursos humanos e tecnológicos; bem como assistência social, políticas de comunicação, planejamento estratégico e orçamentário.
Fonte: Márcia Vial